Arquivo | abril 2010

Você é alguem…basta querer!

A difícil arte de ser alguém.

Ser alguém.
É preciso saber tanta coisa…É preciso sentir tanta coisa…É preciso dar tanta coisa…É importante receber tanta coisa…
É preciso ter defeitos; desde que não os use pra prejudicar a si mesmo e ao próximo. Aprenda a lidar com eles; se for com carinho melhor.
É preciso trabalhar dignamente.
Não acho que sempre tem que se levar vantagem em tudo ou querer passar o outro pra trás.
Não acho bonito nem elegante subestimar a inteligência do outro.
Acho que devemos ter orgulho – de alguma coisa ou de alguém que nos sirva de exemplo e não ter orgulho pra não reconhecer que " esse alguém " é um " alguém de verdade ".
É necessário trabalhar, renovar, reciclar o caráter eternamente.
É preciso ser determinado alguém pra se ter sossego na vida?
Onde se aprende a viver? Onde se aprende a amar ? Existe uma forma correta de amar?
A gente tem direito de um dia na vida se recolher e ficar sem sentir nada?
Sou a favor sim de ser alguém amando, sentindo alegria, sendo generoso, grato, carinhoso, tolerante, sabendo dar e também receber, sentindo solidão, sentindo desejos, sendo gentil, atento, verdadeiro, persistente,confuso, triste, inteligente e às vezes não…
Saber mudar é saber ser alguém?
As pessoas são diferentes. Tem sentimentos diferentes. Usam seu tempo de formas diferentes. Umas querem fazer o outro feliz, seja filho, amigo, companheiro, pais, familiares. Outros não.
Esses " outros " que não; talvez eu não considere que usem seu tempo e sim que desperdicem.
Usar o tempo pra magoar ou fazer maldade com o outro pra mim é desperdício. Esses agregam a parte ruim de " ser alguém ". Não deixam de ser alguém; claro. Mas não sabem viver.
Ontem fiquei pensando…Eu ( infelizmente ) mal consigo arranjar tempo pra fazer caridade ou ajudar o próximo com a frequência que eu gostaria. E tem pessoas que conseguem achar um tempo pra tentar entristecer ou dificultar a vida do outro.
Eu quero ser alguém. Eu quero saber amar cada um dos meu amores como merecem, como sonham.
Eu quero ser generosa. Feliz. Eu sinto gratidão…Eu gosto de amar. De dar … E ontem uma grande amiga me disse que eu preciso saber receber mais.
E quero paz. Muita paz. Pra ser alguém também você precisa de paz. Porque à partir daí o resto vem; e vem forte, sólido.
Hoje tenho pena de muitas pessoas. Não porque tem problemas ( isso todo mundo tem );mas sim porque nunca vão ser alguém. Porque não sabem entender a vida do outro e muito menos viver a própria.
Eu quero ter educação. Sempre. Isso talvez me ajude a ser alguém também.
Hoje sou outra pessoa. Hoje talvez saiba entender mais quem não é nem nunca vai ser alguém.
E acho que mais que tudo é preciso ter coração. Não só pra ser alguém, mas pra tudo.

 

Iza Lima

 

Ninguém é insubstituível!

Quantas vezes você já ouviu a frase: Ninguém é insubstituível?

Pensando bem, ninguém é insubstituível, no sentido de que todos os seres humanos somos transitórios.

Hoje estamos aqui e amanhã poderemos não mais estar. E, a qualquer momento, poderemos ser substituídos no cargo que ocupamos, na realização da tarefa que nos devotamos.

E essa é uma realidade de muitas instituições, onde as pessoas são descartadas, por qualquer motivo ou motivo algum.

Contudo, ao se repensar bem a frase, percebemos que ela é inverídica sob variados aspectos.

Basta se faça um passeio pela História da Humanidade e logo descobriremos pessoas que fizeram a grande diferença no mundo.

No campo de arte, recordemos de Beethoven. Ele morreu em 1827. Quem o substituiu?

Embora tantos músicos depois dele, ninguém compôs sinfonias como ele o fez.

Nunca mais houve outra Sonata ao luar. Ele foi único. E ouvindo as suas sonatas, seus concertos quem recorda que ele era surdo?

Único e insubstituível também foi Gandhi, o líder pacifista e principal personalidade da Independência da Índia.

Quem ensinou a não violência como ele o fez? Quem, depois dele liderou uma marcha para o mar, por mais de 320 quilômetros para protestar contra um imposto?

Quem conseguiu a independência de um país da forma que ele o fez?

E que se falar de Martin Luther King Junior? Depois dele, alguém teve um sonho que custasse a própria vida?

Um sonho em que os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos proprietários de escravos se sentassem à mesa da fraternidade.

Um sonho de que os homens não fossem julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade do seu caráter.

Ele morreu em 1968. Quem o substituiu?

Quem substituiu Madre Teresa de Calcutá, com seu amor, seu bom senso, sua capacidade de entender a necessitada alma humana?

Quem substituirá o colo de mãe ao filho pequeno?

Quem poderá substituir o abraço da amada que partiu, do filho, do esposo que realizou a grande viagem?

Tudo isso nos leva a pensar que cada pessoa tem um talento especial, uma forma de ser particular e, com isso, marca sua passagem por onde passa.

Outros virão e tomarão seu lugar, realizarão suas tarefas, dispensarão amor, farão discursos importantes, mas ninguém como ela mesma.

Um órfão encontrará amparo e ternura em amorosos braços, o esposo poderá tornar a se casar mas nunca será uma substituição.

A outra pessoa tem outros valores, outros talentos, outra forma de ser.

Pensemos, pois, que, de verdade, cada um de nós onde está, com quem está, é insubstituível.

O que cada um de nós realiza, a ternura que oferece, a amizade que dispensa, o carinho que exprime é único.

Isso porque somos Criação Divina inigualável.

Criados à imagem e semelhança do Criador, com nuances especiais, conquistadas ao longo das eras e que se expressam no sentir, no agir, no falar.

Pensemos nisso e, em nossa vida, valorizemos mais as qualidades dos amigos, familiares, colegas, conhecidos, tendo em mente que cada um deles é insubstituível.

E valorizemo-nos porque também somos insubstituíveis no coração das pessoas e no mundo.

 

Iza Lima